DESMATAMENTO - A situação atual do planeta Matéria publicada no Informativo n° 21 - setembro/outubro de 1998 Texto de Marcelo Szpilman* | ||||||||||||||||||||||||||||||
Depois da Ásia, a América Latina é o continente que mais destruiu suas florestas. A área desmatada na região é quase do tamanho da Floresta Amazônica. Na América Latina, foram desmatados 4,76 milhões de km2, o que corresponde a quase 41% da área original. A área perdida corresponde a 86,5% da Amazônia, que tem 5,5 milhões de km2. A pior situação, entretanto, é a da Ásia. Os asiáticos perderam 31,76 milhões de km2 de florestas, ou 88% de sua cobertura florestal original, e somente 5% do que restou estão legalmente protegidos.
* Todas as áreas estão em milhões de km2 ** Os percentuais referem-se ao que sobrou da área original. *** Os percentuais referem-se ao que é protegido da área remanescente. ÁRVORES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO Nosso planeta possui hoje algo entre 80 mil e 100 mil espécies de árvores. Deste total, cerca de 10%, ou mais precisamente 8.753 espécies, estão ameaçadas de extinção. Entre os países com maior número de espécies em extinção aparecem, em primeiro lugar, a Malásia com 958 espécies em extinção, seguida pela Indonésia, com 551 espécies, e pelo Brasil, com 462 espécies ameaçadas. Essas informações estão no relatório intitulado Lista Mundial de Árvores Ameaçadas, divulgado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e pelo Centro Mundial de Monitoramento da Conservação. POR QUE AS FLORESTAS SÃO VITAIS PARA O HOMEM? As florestas controlam o clima e os ciclos aquáticos e abrigam milhões de plantas, animais e microorganismos interligados em uma fina cadeia. As folhas das árvores absorvem dióxido de carbono (CO2), liberado pela queima de combustíveis, como madeira e petróleo. O gás é fotossintetizado e usado pela árvore em seu crescimento. Graças a essa capacidade de absorver CO2 e filtrar outros poluentes, as florestas ajudam a manter o ar limpo e reduzir o risco de aquecimento do planeta (efeito estufa). As florestas também são fontes de madeiras, frutas, borracha, cortiça, tinturas, óleos e remédios. * Marcelo Szpilman é Biólogo Marinho, Diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor do Informativo do Instituto e autor dos livros Guia Aqualung de Peixes e Seres Marinhos Perigosos. |
terça-feira, 6 de outubro de 2009
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Aquecimento Global
Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores como tem ocorrido nos últimos anos.
A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.
Conseqüências do aquecimento global
- Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;
- Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;
- Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
- Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.
Protocolo de Kyoto
Este protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.
Conferência de Bali
Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Quibe Vegetariano
TORTA DE TOMATE
MOLHO DE TARATUR (À BASE DE TAHINE)
Risoto de Soja
Bife de Batata
2 xícaras de batata crua, ralada com casca
1 xícara de cenoura ralada fininho
1 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de cebola picadinha
1/4 de xícara de cebolinha picada
Farinha de rosca até dar consistência
Salsa
Sal a gosto
Modo de fazer
Misturar todos is ingredientes e formar os bifes. Assar em forma untada.
sábado, 1 de agosto de 2009
História de GAIA
A união da Terra e do firmamento gerou condições para o surgimento da vida vegetal e animal, aparecendo também os gigantes Titãs com forma humana que deram origem aos deuses e deusas e posteriormente os seres humanos mortais.
Ante a curiosidade da humanidade sobre sua origem, permitiu Gaia (Terra) que sua sabedoria e conhecimento vazassem de suas grutas e fendas como Delfos, onde as sacerdotisas traduziam as informações às pessoas.
Esta é a lenda dos antigos gregos sobre a criação da Terra, chamada de Gaia, muito bem relatada por Elisabet Sahtouris, in Gaia do Caos ao Cosmos, Editora Interação Ltda.
No correr dos milênios de anos que nos separam da criação deste mito de origem da Terra, o homem se afastou da essência do ensinamento ali contido de que tudo gira em torno de uma evolução natural e biológica.
Nossa visão atual parte da escola filosófica que consiste e se desenvolveu através da ciência utilizando a física mecânica, dando-se valor apenas ao mundo real, porém, há uma tendência nos meios intelectuais modernos no desenvolvimento de uma visão da sociedade humana evoluindo biologicamente, acentuando-se a teoria da evolução biológica de Anaximandro, com a percepção de que o ser humano é parte integrante da natureza como um todo, como salientado pela referida autora.
Paradoxalmente o desenvolvimento tecnológico baseado na visão mecanicista forneceu os elementos técnico-científicos para a confirmação da teoria da evolução biológica ou da natureza viva, pois possibilitou ao homem ver que o planeta Terra é um ser vivo, já que tudo que o forma está em verdadeira ebulição, desde seus mais inferiores elementos.
Daí o surgimento da Teoria de Gaia de J.E. Loveloch, para a qual a Terra e todos os seus elementos formam um ente vivo, pulsando no firmamento.
Esta teoria hoje está tendo maior aceitação entre os cientistas, originando estudos mais direcionados à sua confirmação.
Os seres humanos, como as criaturas que têm condições de perceber a complexa interação da vida no planeta Terra, devem procurar solucionar os problemas advindos de sua própria interferência, entendendo a extensão da vida existente, conscientizando-se de sua responsabilidade, aliás imposta pela sua própria e natural evolução biológica e cultural.
Sem a compreensão da amplitude filosófica da criação da vida dos antigos gregos e sem os suporte científico obtido através de muitos séculos de estudo, o ser humano nunca vai entender a dança da vida, e conseqüentemente não poderá participar plenamente dela, ficando à margem da realidade histórica.
A Carta do Cacique Seattle, em 1855
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:
"O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."